domingo, 23 de janeiro de 2011

Ácidos x envelhecimento


Uma notícia publicada em revista de grande circulação, dizia que os ácidos, usados a longo prazo para o rejuvenescimento, estariam, ao contrário, provocando o envelhecimento da pele. Afinal, depois de tanto tempo utilizando os produtos com finalidade de melhorar a pele, as pessoas estariam na verdade prejudicando-a?

O artigo afirmava que, como os ácidos deixam a pele mais fina, esta fica mais vulnerável à ação dos raios ultra violeta do sol, principal responsável pelo envelhecimento cutâneo, favorecendo-o.

A verdade

Não há dúvida de que os tratamentos realizados com ácidos deixam a epiderme (camada mais superficial da pele) mais fina e a pele mais sensível ao dano solar. No entanto, quem está fazendo tratamento com estes produtos é sempre orientado a proteger a pele do sol constantemente, utilizando filtros solares com alto fator de proteção no seu dia a dia, além de chapéu e barracas quando vai à praia.

Quem não está disposto a evitar o sol, não deve fazer estes tratamentos. Querer tratar a pele sem abrir mão de se queimar ao sol é uma contradição, pois é a radiação solar a principal responsável pelo envelhecimento. Veja abaixo a diferença entre a pele do dorso da mão, exposta constantemente ao sol, e a pele do abdômen, protegida pela roupa.

Por outro lado, os ácidos provocam a renovação celular, regularizam a superfície cutânea, atenuam manchas e rugas e estimulam a produção de colágeno dando melhor elasticidade à pele. O conjunto de alterações provocadas pelo tratamento leva a uma pele de aspecto rejuvenescido e com mais viço.

Estudos científicos, nos quais se examina um pequeno fragmento de pele ao microscópio antes e depois do tratamento com ácido retinóico, mostraram que a pele tratada tem características de uma pele mais jovem do que aquela de antes do tratamento.

Definitivamente, desde que sejam respeitadas as exigências de proteção adequada da pele contra a exposição solar, os tratamentos com ácidos não levam ao envelhecimento, ao contrário, o resultado final é de rejuvenescimento.

Lipodistrofia Ginóide ou "Celulite"

A "celulite" atinge até 95% das mulheres, principalmente nas fases sujeitas a alterações hormonais como a puberdade, gravidez e uso de pílulas anticoncepcionais, sendo uma das queixas mais frequentes em relação à estética. O aspecto de "casca de laranja" causa incômodo e insatisfação com o próprio corpo, levando à procura de uma solução para o problema.

As causas que dão origem à celulite não são totalmente conhecidas. Além de uma predisposição hereditária, alterações enzimáticas e hormonais parecem estar envolvidas, diminuindo a quebra das células gordurosas ou aumentando o seu volume.

As regiões mais atingidas pela celulite são aquelas onde as mulheres costumam acumular mais gordura: abdomem, quadris, culotes, nádegas, coxas e pernas.

Como se forma?

No nosso organismo, algumas células têm a função de acumular energia, sob a forma de gordura, para ser usada quando necessário. São os adipócitos (celulas gordurosas). Estas células se localizam na hipoderme, a camada mais profunda da pele. Nas mulheres, esta camada apresenta fibras ligando a superfície ao tecido mais profundo, como se fosse um colchão de molas. Estas pontes fibrosas repuxam a pele para baixo, dando o aspecto de "furinhos", que é característico da celulite.

Além disso, fatores como a hereditariedade, as alterações hormonais e enzimáticas, em conjunto, levam a uma alteração circulatória com acúmulo de líquidos e proteínas nas células de gordura, provocando uma modificação da textura do tecido subcutâneo e, posteriormente, uma irregularidade da superfície da pele, que leva ao aspecto visual de "casca de laranja".

A celulite pode estar, ou não, associada à obesidade. No entanto, com o aumento do peso, ela aparece mais, pois o aumento das células gordurosas acentua o repuxamento das fibras. Quando o acúmulo de gordura ocorre de forma excessiva, pode comprimir vasos sanguíneos e linfáticos levando à formação de edema (inchaço) e fibrose. Nesta situação, a celulite se torna mais grave, formando áreas endurecidas e nodulares. Em alguns casos, ocorre inflamação e dor local.

Para efeito de classificação, a celulite pode ser dividida em:

  • Grau 1: os furinhos só são percebidos quando a pele é comprimida. Pode aparecer até mesmo nas crianças, sendo mais comum nas adolescentes.
  • Grau 2: os furinhos já são percebidos sem comprimir a pele. Passando a mão sobre a pele, já se percebe uma ondulação, sendo possível sentir alguns nódulos.
  • Grau 3: os nódulos são bastante perceptíveis e têm consistência endurecida, demonstrando que já houve formação de fibrose. Pode haver dor local.

Como evitar?

Por ser uma tendência pessoal, característica das mulheres, a celulite não pode ser totalmente evitada. Mas algumas dicas podem ajudar:

  • Como a obesidade está relacionada com uma piora da celulite, evite estar acima do seu peso ideal. Dietas milagrosas não existem, o mais importante é fazer uma reeducação alimentar, mudando os hábitos que levam ao aumento do peso.
  • O sedentarismo não ajuda em nada. Para queimar calorias e evitar o acúmulo de gorduras, você precisa de atividade física. Escolha o exercício que você gostar mais. Caminhar ao ar livre, pedalar, ginástica, natação... Um deles vai se encaixar no seu ritmo de vida.
  • Cuide também do emocional. O stress leva a um desequilíbrio de todo o organismo, diminuindo sua vontade de se exercitar e, muitas vezes, a alimentação é utilizada como uma forma de compensar a ansiedade. Procure ter lazer e aumentar o seu contato com a natureza, atividade que sempre renova nossas energias.
  • Não fume! O cigarro dificulta a circulação do sangue, aumentando a retenção de toxinas e dificultando a oxigenação dos tecidos.
  • Beba bastante água (2 a 3 litros por dia). Isto estimula a função renal e a eliminação de toxinas.
  • Cuidado com o sal, que aumenta a retenção de líquidos no organismo.

Métodos de tratamento

A celulite não tem cura definitiva, mas pode melhorar quando o tratamento incluir mudança dos hábitos de vida, como descrevemos acima. Desta forma, pode-se conseguir um resultado melhor e mais duradouro.

Tratamentos médicos:

  • subcisão (subcision): esta técnica consiste na introdução de uma agulha, com ponta cortante, por baixo do furinho da celulite, para cortar as fibras que repuxam a pele para baixo, desfazendo os nódulos. É necessária a anestesia local. Além de liberar a pele, o hematoma decorrente do trauma leva à formação de tecido colágeno na região, que também ajuda a elevar a pele. Após o tratamento, é necessário o uso de curativo compressivo e de meias elásticas. As manchas roxas somem em cerca de 15 a 30 dias e o resultado é bom. O procedimento só pode ser realizado por médicos habilitados, está indicado nos estágios mais avançados da celulite e não deve ser feito em áreas muito extensas de uma só vez. É o único tratamento reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
  • mesoterapia: nesta técnica, são injetadas substâncias diretamente nos locais afetados, que estimulam a quebra da gordura e melhoram a circulação sanguínea, facilitando a sua reabsorção e diminuindo o edema. Só pode ser realizado por médicos habilitados. Apesar de alguns médicos afirmarem que o procedimento tem bons resultados, a mesoterapia ainda não é reconhecida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Tratamentos estéticos: (necessitam de melhores estudos científicos que comprovem a sua eficácia)

  • eletrolipoforese: consiste na introdução de agulhas na pele ligadas a um aparelho que transmite corrente elétrica de baixa frequência entre elas. A finalidade seria a quebra da gordura intra-celular, facilitando a sua reabsorção.
  • drenagem linfática: esta massagem estimularia a reabsorção do edema da celulite para os canais linfáticos, que são finos vasos que levam os líquidos dos tecidos para as veias. A drenagem ajuda a reabsorver a água e gordura acumuladas no tecido subcutâneo. É um método que pode ser realizado em combinação com a mesoterapia.
  • endermologia: um aparelho realiza a sucção da pele por um tubo, enquanto ela é comprimida entre 2 rolos, provocando uma massagem vigorosa, cuja finalidade seria redistribuir a gordura de forma mais uniforme no tecido subcutâneo.
  • cremes cosméticos: geralmente indicados como coadjuvantes dos outros tratamentos, apresentam em sua composição substâncias que levariam à quebra da gordura, estimulação do fluxo sanguíneo e drenagem linfática, além da suavização da superfície da pele.

Lembre-se que o tratamento da celulite depende de mudanças nos hábitos alimentares e de vida e que os procedimentos acima são apenas parte dele. Antes de se decidir por um ou outro tratamento, você deve consultar o seu médico dermatologista. Ele poderá dar a orientação sobre qual é o mais indicado para o seu caso.

Peelings Quimico


Os efeitos dos ácidos sobre a pele podem aparecer mais rapidamente quando utilizados em alta concentração para a realização dos peelings químicos. Os peelings são procedimentos médicos, e apenas médicos estão habilitados para fazê-los, pois em mãos inábeis podem trazer resultados desastrosos. Nestes procedimentos, podem ser utilizados diversos tipos de ácidos de acordo com o resultado que se deseja obter e com a profundidade que se deseja atingir.

Os peelings químicos podem ser superficiais, médios e profundos. Os resultados são mais aparentes quanto mais profundos, assim como aumentam também os riscos e o desconforto durante o peeling e no pós-peeling. O peeling profundo só pode ser realizado sob sedação, devido à dor durante o procedimento, enquanto que alguns peelings superficiais são completamente indolores.

Bons resultados podem ser obtidos com vários peelings superficiais seriados, realizados a pequenos intervalos. A descamação subsequente costuma ser fina e não chega a atrapalhar o dia a dia, podendo a pessoa voltar à sua vida normal no dia seguinte. Os peelings superficiais melhoram a textura da pele, clareiam manchas e atenuam rugas finas, além de estimular a renovação do colágeno que dá melhor firmeza à pele.

á os peelings médios, provocam descamação mais espessa e escura, necessitando de 7 a 15 dias para retorno à vida normal, porém são mais indicados quando a pele já apresenta asperezas como as ceratoses (lesões pré-cancerosas) e rugas mais pronunciadas. Os peelings médios renovam a camada superficial da pele, clareando manchas e alterações de superfície da pele, como rugas, algumas cicatrizes de acne e as ceratoses.

O peeling profundo é bem mais agressivo que os demais, provoca a formação de muitas crostas e o pós-peeling exige o uso de curativos e a recuperação pode durar até um mês. No entanto os resultados são muito bons, com renovação importante da pele e diminuição até mesmo de rugas profundas como as rugas ao redor da boca e dos olhos. Novas técnicas, como a aplicação pontuada do peeling de fenol, visam a diminuir os possíveis efeitos colaterais e o tempo de recuperação após o peeling.

Cuidados antes e depois dos peelings

Para se realizar um peeling químico, a pele deve ser preparada previamente com antecedência de 15 a 30 dias e também receber um tratamento pós-peeling. Estes cuidados permitem a obtenção de melhores resultados, além de ajudar a evitar possíveis efeitos indesejáveis dos peelings, como pigmentação pós-peeling ou queimaduras, que podem acontecer mesmo quando todos os cuidados são tomados.

Por isso, os peelings só devem ser realizados por médicos capacitados para o uso das técnicas e que estejam aptos a resolver qualquer problema que possa se apresentar em decorrência do tratamento.